domingo, 14 de outubro de 2012

Aos descrentes

Aos descrentes 
Olavo Bilac
 
Vós, que seguis a turba desvairada,
As hostes dos descrentes e dos loucos,
Que de olhos cegos e de ouvidos moucos
Estão longe da senda iluminada,
 
Retrocedei dos vossos mundos ocos,
Começai outra vida em nova estrada,
Sem a ideia falaz do grande Nada,
Que entorpece, envenena e mata aos poucos.
 
Ó ateus como eu fui — na sombra imensa
Erguei de novo o eterno altar da crença,
Da fé viva, sem cárcere mesquinho!
 
Banhai-vos na divina claridade
Que promana das luzes da Verdade,
Sol eterno na glória do caminho!


Olavo Bilac, natural do Rio de Janeiro, nasceu em 16 de dezembro de 1865 e aí faleceu em 1918. Con­siderado, ao seu tempo, o Príncipe dos Poetas Brasileiros foi sócio fundador da Academia Brasileira de Letras. O soneto acima, psicografado pelo médium Chico Xavier, integra o livro Parnaso de Além-Túmulo.