A humanidade da
terra transita por momentos que não vivia desde o primeiro pós-guerra mundial.
Do ponto de vista de doenças infectocontagiosas. É bem verdade que em algum
período, surgiram epidemias que assustaram cidades, estados e países. Todavia
não se compara ao quadro apresentado pelo corona vírus. Naturalmente, a
filosofia não poderia e nem deveria ficar alheia à situação atual.
A pergunta a
ser respondida é, de que forma a filosofia se insere em tal contexto?
A filosofia nem
sempre pode dar respostas prontas, mas ela propõe reflexões. E dessas reflexões
nascem respostas. E dessas respostas, mais reflexões. Consequentemente, mais
respostas. É só lembrar que Pitágoras (570-500 a.C.), Foi o primeiro dos
filósofos a usar o termo; Filósofo, um amigo da sabedoria. A filosofia surge na
Grécia-antiga, sob o signo da racionalidade, afastando-se lentamente da
mitologia.
Ao utilizar a
expressão Sabedoria, e sendo amigos dela, convém nos aproximarmos de cada sábio
de cada departamento de conhecimentos da humanidade. Naturalmente, em se
tratando de uma pandemia, o que seria mais indicado? Buscarmos mais informações
com os especialistas da área. Estudiosos e profissionais da saúde. Autoridades
sanitárias, epidemiologistas, virologistas, biólogos...
Inclusive para
aqueles que se identificam com a filosofia e com a ciência, existe sim, uma
área que congrega essas duas faces do conhecimento; a filosofia da ciência com
inúmeros assuntos abordados nos dois campos. Um departamento bastante rico de
conhecimentos.
O filósofo
Immanuel Kant (1724-1804) afirma que para o considerar-algo-verdadeiro, existem
três graus; Opinar, crer e saber.
No opinar, o
conhecimento é subjetiva e objetivamente insuficiente. No crer, este é
subjetivamente suficiente e objetivamente insuficiente. No saber, o alcance é
subjetiva e objetivamente suficiente.
Em relação ao
Corona vírus, em que grau nos encontramos? Em situações como esta, de que forma
poderemos ajudar e nos ajudar mais? Opinando, crendo ou sabendo?
Para ativarmos
o “saber” na questão proposta, é imprescindível tomar conhecimento de que se
trata, como se propaga, quais os males que causa, como devemos agir?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções
respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após
casos registrados na China. Provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19).
Os primeiros coronavírus humanos
foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus
foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia,
parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta
com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais
propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais
comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta
coronavírus OC43, HKU1.
O primeiro caso do novo coronavírus, SARS-CoV2, foi identificado em Wuhan, na China, no dia 31 de
dezembro do último ano. Desde então, os casos começaram a se espalhar
rapidamente pelo mundo: primeiro pelo continente asiático, e depois por outros
países.
Em fevereiro, a transmissão
da Covid-19,
nome dado à doença causada pelo SARS-CoV2, no Irã e na Itália chamaram a
atenção pelo crescimento rápido de novos casos e mortes, fazendo com que o
Ministério da Saúde alterasse a definição de caso suspeito para incluir
pacientes que estiveram em outros países. No mesmo dia, o primeiro caso do Brasil foi identificado, em São Paulo.
Em 11 de março, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) definiu o surto da doença como pandemia. Poucos dias depois, foi
confirmada a primeira morte no Brasil, em São Paulo.
Rosalind Eggo, acadêmica
especialista em doenças infecciosas na Escola de Higiene e Medicina Tropical de
Londres, esclarece que “a pandemia
é uma epidemia que ocorre em todo o mundo mais ou menos ao mesmo tempo".
O infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto de
Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, ressalta que ficar em casa e evitar
locais cheios é uma questão de "responsabilidade individual e senso de
solidariedade" daqueles que não fazem parte do grupo de risco, composto
por pessoas acima dos 60 anos, doentes crônicos (diabéticos, cardiopatas,
pessoas com problemas renais) e indivíduos imunossuprimidos (em tratamento
oncológico e transplantados). De acordo com o especialista, ao circular por
ambientes com aglomerações, os indivíduos podem levar o vírus para dentro de
suas casas.
Nesse
instante nos cabe um pedido; que possamos não cair nas falácias da ignorância,
do desconhecimento, da má vontade, da preguiça, do mau humor, da
irresponsabilidade e da desqualificação do conhecimento. Hora de formular uma
pergunta e responder para si mesmo (a), qual o valor que dou à vida? A minha e
as dos outros (as)?
É
uma abordagem inicial para um tema que possui inúmeras faces. Contudo, uma
reflexão que os gregos realizavam em outro contexto, cabe-nos aplicar agora,
como devemos viver nossas vidas nesse instante?
Marcelo
Araújo.
P.S.
Fiquem em casa!
Fontes:
Diógenes Laertios. Vidas e doutrinas dos filósofos
ilustres. Editora UNB. 1987. Brasília-DF.