Em “É hora de mudarmos de via – As lições do Coronavírus”, o maior pensador em atividade dá o seu parecer sobre o principal assunto do momento, um livro escrito em parceria com sua esposa, a socióloga Sabah Abouessalam, durante confinamento no apartamento onde vivem em Paris. Para Morin, o futuro em jogo está em construção neste momento e muitas vias se apresentam: qual escolheremos? Livro chega às livrarias nesta semana.
É HORA DE MUDARMOS DE VIA – AS LIÇÕES DO CORONAVÍRUS
Edgar Morin
Páginas: 98
Bertrand Brasil | Grupo Editorial Record
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Em pouco menos de cem páginas, o filósofo e pensador francês Edgar Morin imprime em “É hora de mudarmos de via”, reflexões e lições acerca da pandemia do Coronavírus, crise que paralisou a vida econômica e social em 177 países. Quando tudo começou, ainda em 2019, em Wuhan, na China, o ocidente passou a olhar com curiosidade ao que acontecia "do outro lado do mundo”. Ares de distopia tomaram conta do noticiário. Na literatura, as vendas de “A Peste”, de Camus, dispararam. Estava instalada a realidade que todos vivem até hoje: o isolamento, a paralisação das atividades econômicas, a contagem de mortos e infectados, a crise econômica e sanitária, e habituar-se a lidar com termos como curva, primeira e segunda ondas, imunidade de rebanho... Uma realidade transformada.
A partir disso, muitas são as perguntas que surgem: e depois? Como será o pós-pandemia? Teremos aprendido algo? O que a Pandemia pode nos ensinar? São sobre questões como essas, dentre outras investigações políticas e sociais, que Edgar Morin, em parceria com Sabah Abouessalam, socióloga e urbanista, esposa do escritor, isolados em seu apartamento em Montpellier, Paris, refletem neste novo livro, pequeno nas páginas, mas enorme na potência do que traz à tona em provocações e uma visão de mundo otimista, que aposta na humanidade como solução de seu futuro. É verdade que houve muitas pandemias na história, mas a novidade radical do Covid-19 está no fato de ele dar origem a uma megacrise. Nossa fragilidade estava esquecida; nossa precariedade, ocultada. Nunca estivemos tão fechados fisicamente no confinamento e nunca tão abertos para o destino terrestre.
É este destino que interessa a Morin em suas reflexões. Para o pensador, o futuro imprevisível está em construção neste momento e muitas vias se apresentam: qual escolheremos? O pós-coronavírus é tão preocupante quanto a própria crise. Muitos comungam a certeza de que o mundo de amanhã não será o mesmo de ontem. As apostas do francês, no entanto, dão o tom de uma via possível e otimista, que transformaria nossa realidade e nos conduziria a um futuro melhor do que o presente a que temos acesso no hoje: Morin aposta na regeneração da política, na proteção do planeta e na humanização da sociedade: é hora de mudarmos de via.
Sobre o autor
Edgar Morin nasceu em Paris em 1921. Filho de judeus espanhóis, sua adolescência foi marcada pela ascensão do nazismo, pelos processos de Moscou e pela marcha em direção à guerra. Aos vinte, durante a ocupação de Paris pelos nazistas, adere ao Partido Comunista – do qual seria expulso em 1951 por suas posições antistalinistas – e à Resistência Francesa. Após a guerra, entra para o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), o maior órgão público de pesquisa científica da França e uma das mais importantes instituições de pesquisa do mundo. Formado em Direito, História e Geografia, é autor de inúmeras obras de Filosofia e Sociologia, como A cabeça bem-feita, Ciência com consciência e Conhecimento, ignorância, mistério, entre outros publicados pela Bertrand Brasil.
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