Em seu livro "A última lição", o autor estadunidense Mitch Albom entabula esta conversa com o seu antigo professor, que é portador de uma doença terminal e está próximo ao seu fim na terra:
"Geralmente, as grandes homenagens e saudações são realizadas no velório, à beira do caixão. E se eu antecipasse o meu velório, e pedisse para as pessoas falarem aquilo que falariam no féretro real"?
Sofre! Como sofre o ser na terra que imagina realmente o seu fim. Que não consegue se ver um dia como um Espírito imortal, pairando acima de seu corpo. Livre todas as provas e expiações do mundo material. Além de que, devemos sempre ter em mente as consequências de nossas afirmações. Elas repercutirão, aqui e acolá.
Por isso, viva. Viva sim! Entretanto, tendo a certeza da morte. E ainda, utilizando a palavra "morte" por convenção das palavras e da linguagem humana. Sabendo que a morte somente existe para o corpo físico. Este companheiro emprestado por um período, que terá a sua validade. Como tudo neste plano. Reafirmando Heráclito; "Em rio, não se pode entrar duas vezes no mesmo. Nem substância mortal tocar duas vezes na mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança dispersa e de novo reúne (ou melhor, nem mesmo de novo nem depois, mas ao mesmo tempo) compõe-se e desiste, aproxima-se e afasta-se".
Um dia, mais adiante, sem saber exatamente quando, será você consigo mesmo. Indagaria o filósofo: mas porque tendo a convicção da morte, você continua vivendo, sonhando e planejando situações para o futuro, se sabe que vai perecer? Naturalmente, responderei:
Porque apesar do esgotamento do corpo físico, a vida tem e faz sentido. Esta faz despertar potencialidades que estavam adormecidas ao longo dos milênios e é necessária à evolução. Quanto aprendizado. Quantas línguas faladas. Quantos conhecimentos adquiridos. Línguas, culturas, ciências, paisagens, cidades, países, planetas outros. Tão somente e temporariamente esquecidos. Mas, devidamente arquivados nos escaninhos da consciência.
O meu progresso assim como seu também passa por erros cometidos no passado. Esquecido nas dobras do inconsciente e que as "coincidências" do cotidiano nos encaminha a corrigir. E assim, agir de forma diferente.
Ah! Que satisfação em compreender as leis divinas. Não mais do Deus ciumento, vingativo e guerreiro. Este criado pelo homem da terra, vaidoso e orgulhoso. Ansioso por se comparar ao próprio criador de tudo o que existe. Mas sim, o pai (imaterial) de Amor. De tolerância, de paciência, de compreensão. Que nos oferece a benção de mais uma passagem pelo palco terrestre. E descortina uma nova vida. E com esta vida, novos capítulos ao lado de muitos que amamos no passado, porém também entre a quem prejudicamos em outros tempos e fomos prejudicados. Se lembrássemos deles, não teríamos condições de uma reaproximação. Dada a nossa condição ainda inferior. Destas resoluções, cabendo a nós percorrer a partir deste entendimento, os caminhos do amor... Como diria Madre Teresa de Calcutá, amando até doer!
E que todas as verdades possam ser ditas em qualquer dos velórios. O antecipado ou o real. Se elas forem dolorosas, que sejam ditas em um tom ameno. Suave. Que possamos digerir, mas, principalmente entender e compreender. Assimilando completamente àquilo que fizemos de mal aos outros. Para que mais adiante possamos corrigir, reparar e devolvê-los com o bem.
Seria magnífico se, Realmente isso ocorresse.
ResponderExcluirMas, quão difícil e possível, para revermos os erros cometidos contra alguém que não nós lembremos.
Seria bem.mais fácil, as lembranças dos bons feitos, é do Ser Humano. Quanto ao entrarmos que vamos morrer e, continuamos a pensar em Projetos, é do Homem e da Mulher.
Conheço pessoas com mais de noventa anos que ainda faz Projetos. Somos e seremos assim sempre. Choraninguem.
Pois é, amigo! faz parte de nossa cultura ocidentalizada. Abração e obrigado pela presença no blog.
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