terça-feira, 9 de julho de 2019

Se a mente é incorpórea e não espacial, como pode interagir com o corpo?



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     Dentre os mais variados departamentos da Filosofia, me identifico de forma muito especial com a "Filosofia da Mente". Principalmente pela possibilidade de se discutir profundamente a relação espírito-matéria. Obviamente, não deixando de lado todas as outras nuances da disciplina-mãe.

     Por acreditar profundamente e ter estudado muito sobre a continuação da vida após a morte do corpo físico, resolvi participar dessa discussão e quem sabe contribuir de forma pequena, mas efetiva. Encontrei no "Compêndio de Filosofia"¹, mais precisamente em um capítulo trabalhado pelo Prof. Dr. norte-americano William G. Lycan, denominado "Filosofia da Mente", uma abordagem inicial em relação à alguns autores que se dedicaram ao tema. Me chamou a atenção 30 questões propostas pelo pensador, ao final do capítulo. A primeira delas, que dá o título deste estudo é ajustamente a que escolhi.

     Um dos primeiros filósofos a compreender que havia um princípio inteligente agindo no corpo, foi Platão. Este princípio era constituído de outra essência e separado do corpo material. O mestre ateniense entendia a existência de dois mundos de naturezas diferentes: o mundo das ideias e o mundo material. A partir daí, teremos uma tendência a se interpretar a realidade de maneira dualista.

     Em sua obra "Fédon"², Platão descreve o que Sócrates afirma a um grupo de amigos, antes de sua morte:

     -  Em verdade, Símias, e tu, Cebes, se eu não cresse encontrar na outra vida deuses bons e sábios e homens melhores que os daqui, seria inconcebível não lamentar morrer. Sabei no entanto, que espero juntar-me a homens justos e deuses muito bons. Eis por que não me aflijo com a minha morte; morrerei tendo a esperança de que existe alguma coisa depois desta vida e de que, de acordo com a antiga tradição, os bons serão mais tratados que os maus.

     Percebemos que perante um momento crucial como o da própria morte, o possível final de sua existência, o pensador age com uma calma inabalável. Mais ainda, fala o que espera encontrar no pós-morte. Logo, a sua consciência o acomapnhará nesta passagem, senão não terá o conhecimento do que se passará consigo. Consequentemente, o cérebro que fica localizado no corpo não continuará com a mesma função após o desencarne. Seguirá o espírito.

     Em várias outras passagens desta e de outras obras, Sócrates, através da pena de Platão, registra informações sobre a necessidade da vida após a morte.

     Em oposição às ideias dualistas, há o monismo pregado por Demócrito, considerado o sistematizador da doutrina atomista. Tema de nossa próxima abordagem.






1 - Compêndio de Filosofia . Segunda Edição . Nicholas Bunin e E. P. Tsui-James. Edições |Loyola. São Paulo-SP, Brasil. 2007.
2 - Fédon. Coleção "Os Pensadores". Editora Nova Cultural. São Paulo-SP, Brasil. 1999.
Filosofia da Mente. Walter Menon. Curitiba: Intersaberes. 2016.

4 comentários:

  1. A CADA DIA QUE PASSA ME TORNO MAIS AINDA TEU FÃ MIGO, GRANDE ABRAÇO MIGO!

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  2. Você é meu irmão, migooo! Abração e obrigado pela moral ao blog.

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  3. Conhecimento que enriquece o leitor, obrigado pela partilha. Um abraço!

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  4. Alegria ver o amigo por aqui. Abração, meu editor!!!

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