terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Editora José Olympio lança nova edição de “Sobre os escritores” do Nobel de Literatura Elias Canetti


 



SOBRE OS ESCRITORES
Organização de Penka Angelova e Peter von Matt
208 páginas
Tradução de Kristina Michahelles
R$ 34,90
Editora José Olympio
(Grupo Editorial Record)



   O escritor búlgaro Elias Canetti ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1981. Pouco antes de morrer, ele decidiu que confiaria seus inéditos à Biblioteca de Zurique, cidade onde viveu por muitos anos.  Para comemorar o centenário do nascimento do escritor, a filha de Canneti liberou antecipadamente parte deste material, que inclui os textos de “Sobre os escritores”. Lançado originalmente no Brasil em 2009, o livro recebe agora uma nova edição pela José Olympio.

   Organizado por Penka Angelova e Peter von Matt e com prefácio à edição brasileira do escritor e poeta Ivo Barroso, “Sobre os escritores”  traz uma seleção de aforismos, discursos e anotações que falam sobre poetas, escritores e outros pensadores que influenciaram a experiência literária de Canetti.  Platão, Heráclito, Confúcio, Proust, Flaubert, Shakespeare, Joyce e Kafka estão entre os nomes citados pelo intelectual e romancista.

  No prefácio da obra, Barroso analisa a singularidade da experiência de todos os encontros de Canetti com livros e poetas: “Ele absorve as palavras, as frases, as estruturas sintáticas. Elas o absorvem e ele as absorve à medida que elas o absorvem. Então ele as sente em sua plenitude. E começa o mais difícil: ele precisa falar sobre aquilo. Ele próprio precisa formar palavras, frases, estruturas sintáticas em que aquilo que o absorveu pode passar a ser absorvido por outros, pelos seus leitores”, completa.

“Sobre os escritores” chega às livrarias neste fim de janeiro.

Trechos:

Confúcio”

As conversas de Confúcio são o retrato espiritual mais antigo e completo de uma pessoa. É surpreendente o quanto se pode dar em 500 apontamentos; o quanto isso nos preenche; como é palpável; e como é impalpável em sua inteireza, como se as lacunas nada mais fossem que as conhecidas dobras de trajes.”

Flaubert”
Flaubert- hipopótamo que geme.
A solidez de Flaubert: ligado ao seu lugar próprio, à sua casa, mas com os devaneios de destruição de Madame Bovary.”

Romancista e ensaísta búlgaro, nascido em 1905, Elias Canetti morou em diversas cidades europeias. Após ter vivido em Londres, morou em Zurique, Frankfurt e Viena; voltou em 1938 para a capital inglesa, fugindo do nazismo. Estreou na literatura em 1935 e, em 1981, foi laureado com o Prêmio Nobel. Canetti morreu em Zurique, em 1994.

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