terça-feira, 22 de maio de 2018

A Importância do Espiritismo na superação da violência doméstica

Esse tema nos foi apresentado para realizarmos uma palestra espírita na UNEJE (União Espírita de Jaboatão) na segunda-feira, 21 de maio de 2018. Devido à importância e atualidade desse assunto, resolvemos escrever algumas linhas, pontuando algumas situações. Não pretendemos com isso, apontar verdades, mas tão somente abrir pontos de reflexão como alternativas para atenuarmos esse grave problema de nossa sociedade.

A começar do que se convém chamar de "violência". O dicionário assevera como sendo Violência:
s.f. (latim violentia) 1. Qualidade ou caráter de violento. 2. Ação violenta. 3. Ato ou efeito de violentar. 4. Constrangimento físico ou moral. 5. Qualquer força material ou moral empregada contra a vontade ou a liberdade de uma pessoa; coação.¹

A violência doméstica é mais restrita ao ambiente do lar. Das famílias. Geralmente entre cônjuges ou mesmo contra crianças e idosos. A violência doméstica pode assumir diversos tipos, incluindo abusos físicos, verbais, emocionais, económicos, religiosos, reprodutivos e sexuais. Em todo o mundo, a esmagadora maioria das vítimas de violência doméstica são mulheres, sendo também as mulheres as vítimas das formas mais agressivas de violência.

Na nossa compreensão, pelo nível de conhecimento que o homem da terra já atingiu, a violência deve ser abolida do nosso plano. Mesmo entendendo que vários irmãos ainda reincidentes nos erros estão reencarnando e tendo suas últimas oportunidades neste orbe, é dever daqueles que já iniciaram a plantação das sementes da paz, oferecer argumentos e instrumentos para a implementação do plano pacífico.

A seguir, apontaremos algumas das mais lúcidas passagens e comentários evangélicos que nos ajudarão a compreender a elucidação espírita para a temática.

Afirma Rodolfo Calligaris:

" Sim, até agora a Terra tem sido açambarcada pelos violentos, em dano para os mansos e cordatos.

  Tempos virão, entretanto, em que as relações humanas dos terrícolas serão bem outras.

  Sob o império do amor universal pregado pelo Cristo, cada qual verá em seu semelhante um irmão, cujos direitos lhe cumpre respeitar, e não um adversário contra o qual deva lutar; o egoísmo cederá lugar ao altruísmo, de sorte que todos se auxiliarão mutuamente em suas necessidades; e porque ninguém cuidará de elevar-se sobre os outros, mas sim de superrar-se a si mesmo, em saber e moralidade, os fracos e os pacíficos já não serão esmagados nem explorados, inexoravelmente, como estamos habituados a presenciar."²

Esse exercício deve ser iniciado no seio do lar. Sob pena, de agirmos de forma incoerente. Como podemos apresentar uma face, se em casa, nos relacionamos de forma diferente.?Esse respeito, essa pacificidade deve se iniciar em nossas residências. É bom sempre diferenciar pacificidade de passividade. A primeira é ação de quem é pacífico. A última é inatividade. 

Na obra "Conduta Espírita", O Espírito André Luiz esclarece:

"Calar todo impulso de cólera ou violência, amoldando-se ao Evangelho de modo a estabelecer a harmonia em si mesmo perante os outros. A humildade constrói para a vida eterna."³

Pelo menos cinco pilares devem sustentar o prédio daquele(a) que está disposto(a) a superar a problemática de ser o causador da violência doméstica.

1 - A imortalidade da alma

Ciente de que todos os seres humanos possuem um passado, presente e futuro, de forma contínua. E que todos são responsáveis por seus atos perante a própria consciência, a tendência é de se pensar mais em cada decisão tomada na vida. Principalmente em momentos de raiva e tensão.

2 - A mensagem de Jesus

Na questão 625 de "O Livro dos Espíritos"4, Allan Kardec pergunta:
Qual o exemplar mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para servir-lhe de guia e modelo?
R - Vede Jesus.

Vede Jesus, observa Jesus, escuta Jesus, estuda Jesus. Analiza Jesus. 
Não conseguiremos nesta encarnação compararmo-nos ao doce amigo maior da Galiléia. Entretanto, aprenderemos valores morais inquestionáveis para utilizarmos em cada momento de decisão. 

3 - As influências espirituais

Na questão 459 de "O Livro dos Espíritos"4, o codificador inquire:
Os Espíritos influem em nossos pensamentos e ações?
R - Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, muitas vezes, são eles que vos dirigem.

Cabe a nós, evitarmos esse direcionamento que em muitas vezes concorre para os nossos equívocos. Não é nehuma novidade, casos em que pessoas cometem atos e depois se arrependem profundamente e algumas delas chegam a afirmar que não tinha naquele instante o perfeito juízo do ato praticado. Obviamente qeu não nos tira a responsabilidade, até porque, somos nós que permitimos a aproximação de Espíritos mafazejos, com nossos pensamentos, julgamentos e más vibrações. 

4 - O respeito

Em todas as situações vividas nesse planeta, jamais devemos esquecer que por trás de cada Ser, existe um passado, um presente e um futuro. Cada um com suas peculiaridades e sua própria história. Muitas das vezes interlligadas às nossas, e com uma resposabilidade de acertarmos mais do que erramos no passado. Cada Ser também é rodeado de Seres que vos amam e também Seres que vos odeiam. Os que amam, passam a lastimar nossas ofensas. Os que odeiam, podem nos instigar a fazê-los sofrer. O respeito pelo Ser é o maior antídoto para atitudes que venhamos a nos arrepender no futuro.

5 - Valores morais

Em todos os instantes da vida, somos chamados a decidir. Por menor que seja a situação, nos exige decisões. Seja no lar, na escola, no trabalho, no bairro. Onde quer que seja. E bnem sempre as decisões são fáceis. Existem momentos em que somos convidados a decidir de forma solitária. De acordo com aquilo que trazemos em nós. Este é o momento dos valores morais. Quanto mais valores morais, menos possibilidades de equívocos. Mesmo que no momento alguém se magoe, pode ser inevitável. Mas, que a consciência possa estar tranquila, tanto para seguir adiante como para enfrentar a própria consciência no retorno à espiritualidade.



1 - Larousse, Ática : Dicionário da Língua Portuguesa - Paris: Larousse/São Paulo: Ática 2001.
2 - Calligaris, Rodolfo, O Sermão da Montanha - 14.ed. - Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004.
3 - Conduta Espírita. André Luiz (Espírito). Psicografia Waldo Vieira. 3ª edição. Brasilia. FEB, 2013.
4 - O Livro dos Espíritos/Allan Kardec. Tradução Matheus R. de Camargo. Capivari-SP: Editora EME, 7ª edição, agosto/2006.



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